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Quarto de despejo. Diário de uma favelada - Carolina Maria de Jesus.

  • Foto do escritor: Mauro Luiz Kaufmann
    Mauro Luiz Kaufmann
  • 26 de fev. de 2021
  • 2 min de leitura

Moradora de uma favela em São Paulo e catadora de papel, escritora Carolina Maria de Jesus começou a ficar famosa em 1958. Ela, que morreu em 1977, agora tem o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fevereiro de 2021 - 2º ano Pandêmico/Covid19.

Li o livro nestes dias, com a sensação de que estamos/estou muito longe das experiências e vicissitudes de muitos humanos, e da mineira-paulistana Carolina Maria de Jesus. Mas com o relato do cotidiano de uma favelada (1958) é dramático - fome, frio, agressão, abandono, luta, degradação e muito mais que dói no coração, a realidade ainda está nas ruas, nos pedintes dos semáforos, no desemprego, na abissal desigualdade social e econômica no Brasil atual.


Escrito como diário, nota de maio de 1956, diálogo entre o filho e a mãe:


"- Pois é. A senhora disse-me que não iria mais comer as coisas do lixo. Foi a primeira vez que via a minha palavra falhar. Eu disse: - É que eu tinha fé no Kubstchek. - A senhora tinha fé e agora não tem mais? - Não, meu filho. A democracia está perdendo os seus adeptos. No nosso paiz tudo está enfraquecendo. O dinheiro é fraco. A democracia é fraca e os politicos são fraquissimos. E tudo que está fraco, morre um dia."

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Vejam esse breve chiste, seguem outros, como a visita à Assembleia Legislativa - a sucursal do purgatório. As tantas verdades cruas e rudes da pobreza no Brasil.


Degraus inalcançáveis para sonhar com um futuro - e eu disse mesmo: nem sonhando! Cidadania, civilidade, respeito, ética e solidariedade... palavras ao vento.


Saudações. Fev/2021.



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